quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ministérios Públicos Federal e do Estado Estudam Pedido de Paralisação do Projeto

Insatisfação das Comunidades de Juruti Velho Pode Levar à Suspensão das Atividades da Alcoa

Ministérios Públicos Federal e do Estado estudam pedido de paralisação do projeto Cerca de 400 moradores da Vila de Juruti Velho participaram hoje (3/5) da II Audiência Pública promovida na região pelo Ministério Público do Estado e Ministério Público Federal, para apurar os efeitos dos impactos diretos da instalação do projeto de mineração da empresa Alcoa para exploração de bauxita no município. A primeira audiência foi realizada ontem em Juruti. Mais uma vez a insatisfação com a empresa foi grande, chegando ao ponto de lideranças locais ameaçarem reunir homens para invadir o canteiro de obras da Alcoa na regiã
o, onde será instalada a mina de extração da bauxita.

Os dois Ministério Públicos, Estadual e Federal, já estudam a possibilidade de pedir a paralisação do projeto, pois durante as audiências realizadas nos dias 02 e 03 de maio foram relatadas denúncias de desmatamento em áreas não autorizadas dentro do Projeto de Assentamento Agroextrativista Juruti Velho.

Diante desse problema, o presidente da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho - Acorjuv, Gerdeonor Pereira dos Santos, pediu ação conjunta dos dois Ministérios Públicos e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para demarcar o mais rápido possível a área de assentamento. Outro problema trazido para a discussão pela comunidade foi a invasão dos lotes dos agricultores por homens a serviço da Alcoa.

Uma outra questão é a que aflige os moradores mais próximos da área da mina, cerca de 1 km dos platôs. Eles temem o remanejamento, embora haja a garantia da empresa de que isso não vá acontecer. Essas comunidades vivem de coleta da castanha, pesca e caça. O desmatamento, o barulho das obras e a poluição das águas já estão afetando a subsistência dessas famílias. "Nós não queremos mais nenhuma árvore cortada, nenhum bicho deslocado e que nenhuma comunidade sofra por causa disso", exigiu irmã Brunhilde Henneberg, da Ordem Franciscana de Maristela, que vive na Amazônia há mais de 30 anos.

Durante a audiência em Juruti Velho, o Incra de Santarém, por meio do engenheiro agrônomo Marcial Cano Mota, coordenador responsável pela análise dos impactos do projeto sobre os assentamentos, pediu oficialmente, por meio de documento, aos dois Ministérios Públicos, a suspensão da licença para instalação do projeto da Alcoa, o que será analisado pelos promotores de justiça Raimundo Moraes e Gianne Pauxis Figueiredo e pelo Procurador da República Daniel Azeredo Avelino, presentes nas duas reuniões. A audiência que começou às 10h, se estendeu até às 17h.


Assessoria de Comunicação do MPF

Arquivo: 2007

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