quarta-feira, 6 de abril de 2011

Transnacional Alcoa Muda Vida das Comunidades de Juruti Velho (PA)

Transnacionais: a atuação da Alcoa

23 de outubro de 2007


Por Juliano Domingues

O caso da transnacional Alcoa, que atua na região de Juruti Velho Oeste do Pará, desde 2002, é mais um exemplo do capital internacional atuando no Brasil sem nenhuma responsabilidade com o meio ambiente e com a população que vive nos locais onde este se instala.
A Alcoa, umas das líderes mundiais na produção de alumínio, fixou-se na região com a intenção de explorar a grande quantidade do minério Bauxita existente no local, fato que mudou a realidade das comunidades que vivem em Juruti Velho.
Em entrevista, o promotor de justiça Túlio Novaes, afirma que a licença ambiental concedida à empresa não poderia ter sido dada, pois considerou somente aspectos geológicos e ecológicos, deixando de lado uma avaliação dos impactos sociais e econômicos que estão gerando graves problemas para as comunidades de Juriti Velho.

Entrevista publicada originalmente na Radioagencia NP

O que aconteceu quando a empresa chegou na região?

Túlio Novaes: A empresa quando chegou na Região de Juruti, ela desestruturou completamente a vida social e econômica daquelas pessoas, os produtos e o custo de vida em modo geral aumentou estupidamente pois foi nivelado conforme o poder aquisitivo dessas pessoas que vieram de fora, um poder aquisitivo muito alem do que é evidenciado para as pessoas tradicionais do local. Não é só isso, em Juriti Velho as construções dessas obras infra-estruturais da empresa causaram um impacto ambiental e social.

Quais foram os impactos ambientais e sociais?

Túlio Novaes: Áreas imensas foram completamente devastadas com autorização formal do Estado. Nós temos notícias que madeiras foram enterradas em vez de serem doadas para os comunitários. A circulação desses comunitários em Juruti Velho, nos seus locais tradicionais de coletas foi prejudicada porque a empresa inviabilizava até mesmo essa circulação. A limpeza da floresta a derrubada da floresta deixou o solo nu e sujeito as interperes climáticas. Então realmente a realidade dessas comunidades ficou prejudicada.

Quais outros responsáveis por tudo isso alem da empresa?

Túlio Novaes: O Estado também é responsável. O Estado tem que exercer seu poder fiscalizatório, seu poder de polícia. Essas liberações não podem ser concedidas à torta e à direita, elas devem ter um critério técnico rigorosíssimo para que elas ocorram, os critérios políticos devem ser os últimos detalhes a serem evidenciado. O critério deve ser técnico, as comunidades devem ser ouvidas antes das concessões dessas licenças.

Qual o interesse do Estado em liberar a concessão?

Túlio Novaes: De fato você tem uma questão econômica muito grande. A Alcoa aqui na região vai produzir alumínio, existe expectativa econômica muito grande. Existem questões que são cogitadas, questões políticas que não estão evidenciadas, que não é objeto agora do trabalho. O Ministério Público Estadual juntamente com o Ministério Público Federal estão inicialmente preocupados e querem que essas atividades parem, que sejam bloqueadas e que a licença seja cancelada, estamos com uma ação judicial correndo. Mas de fato existem interesses dos mais diversos possíveis.

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Fonte: http://www.mst.org.br/node/4867

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