segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Governo levará nova etapa da Operação Mamuru ao oeste do Pará

Uma nova força-tarefa será feita ainda neste semestre na área do Centro de Treinamento em Manejo Florestal, instalado na gleba Curumucuri, no município de Juruti, oeste do Pará. Essa foi uma das decisões tomadas nesta sexta-feira (26), em Belém, durante reunião de avaliação da Operação Mamuru, deflagrada há cerca de duas semanas para assegurar a presença do Estado no local e impedir invasões na área.
A operação, coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor), contou com integrantes do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Casa Militar, Polícia Civil, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Procuradoria Geral do Estado (PGE), Ministério Público Estadual e do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, além de lideranças comunitárias da gleba.
A operação Mamuru visava garantir a entrada de representantes do governo do Estado no local destinado à instalação do Centro de Manejo Florestal Madeireiro e Não Madeireiro. Quando implementado, o centro terá quase 34 mil hectares, o que lhe garante a condição de maior do mundo voltado ao manejo florestal.
Interferências - Segundo José Colares, diretor geral do Ideflor, a operação estava sendo planejada desde o mês de maio e foi realizada em agosto. “Inicialmente, uma força de inteligência foi enviada à área e constatou inúmeras interferências clandestinas de exploração ilegal de madeira e de seixo, de ocupações indevidas e de interesses especulativos. Isso tudo em uma área que já havia sido destinada por decreto em 2010, e que em 2009 foi toda cadastrada e aprovada em audiências públicas e em várias instâncias, como a Comef (Comissão Estadual de Floresta), que deveria obedecer ao ordenamento em função da Lei de Gestão de Florestas Públicas”, esclareceu.
Colares ressaltou que a operação foi uma demonstração da presença do poder público na área, que estava em situação conflituosa, uma vez que há diversos interesses no local. “A operação inicialmente garantiria apenas a integridade da área destinada à implantação do Centro de Treinamento, que beneficiará toda região, inclusive os comunitários e a força de trabalho das empresas que atuam na área. Mas, além disso, a operação ainda garantirá a integridade da área destinada à concessão florestal. A presença do Estado lá reativou a necessidade de dar solução à área destinada ao Peaex (Projeto Estadual de Assentamento Extrativista) Curumucuri, que foi destinado desde 2008, mas até hoje não houve a regularização fundiária das comunidades locais”, afirmou o diretor do Ideflor, antecipando que, paralelamente à nova força-tarefa, haverá o esforço para promover a regularização no Peaex.
Enquanto outra operação não é realizada no local, homens do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) continuam as ações na gleba Curumucuri. “O trabalho vai continuar em rondas nas vias de acesso e em barreiras específicas nas entradas da área do Centro de Treinamento, em incursões com as viaturas, motocicletas e a pé nos ramais que levam ao local”, garantiu o major Vasconcelos, do BPA.

Flávia Ribeiro - Ideflor