segunda-feira, 20 de junho de 2011

O POR EM JURUTI VELHO

RAMAIS ABERTOS POR MADEREIROS NA REGIÃO DE JURUTI VELHO



Olha o tamanho do sofrimento

PUXIRUM NO TERRENO DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL DA RÁDIO COMUNITARIA MUIRAPINIMA

ACORJUVE, STTR de Juruti, Colonia de Pescadores Z42, ACOPRUJA, APROCINGA, ACOPRUCE, ACOPRUCA, ACOMUIRA, ACOPRUP, Igreja Assembleia de Deus, Igreja Catolica: Perceferança,  Pastoral da Criança, Pastoral da Juventurde e Irmãs de Maristelas.


Limpeza do predio da Radio

É hora e botar a conversa em dia

ACORJUVE INSTALA GUARITA PARA IMPEDIR RETIRADA ILEGAL DE MADEIRA


Ramal aberto pelos madeireiro
A retirada ilegal de madeira na região do PAE - Projeto Agroextrativista Juruti Velho tem sido constante. Madeireiros aproveitam a pouca fiscalização que há no local para retirar toras de madeira considerada nobre. Nas comunidades de Prudente, Galileia, Surval e nas áreas Mutum, Pacoval a presença de madeireiros tem causado sérios problemas ambientais com a abertura de ramais e o desmatamento de grandes áreas da floresta.
A atuação dos órgãos competentes tem deixado a desejar, pois não há agentes de fiscalização suficientes para atuar em toda a região do município de Juruti.
Por essa razão, a Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (ACORJUVE) decidiu intensificar as ações que já vinham sendo realizadas com a finalidade de combater tais crimes ambientais. 
Há cerca de quinze dias, a ACORJUVE instalou na estrada que liga Juruti Velho a Parintins uma guarita a fim impedir a saída de caminhões carregados de madeira retirada ilegalmente da floresta. A extração da madeira, de acordo com a ACORJUVE, tem sido feita por madeireiros das cidades de Juruti e de Santarém.
A fiscalização é feita durante o dia e a noite por um grupo de comunitários da região de Juruti Velho ligados à ACORJUVE. “Os comunitários são responsáveis para abrir o portão da guarita para a passagem dos carros. Qualquer pessoa, qualquer veículo pode passar na estrada. Só é proibida a passagem de caminhões carregados de madeira. Seja lá quem for que tente passar com madeira na estrada, os comunitários fazem a apreensão do produto”, enfatizou Gerdenor Pereira, presidente da ACORJUVE.
Levantamento feito pela ACORJUVE mostrou que a atuação ilegal de madeireiros tem sido grande em Juruti Velho. Na floresta, ramais foram construídos para facilitar a passagem dos caminhões. O desmatamento já atinge grandes áreas. Uma vistoria feita recentemente pela associação em uma área do PAE Juruti Velho detectou, por exemplo, que arvores nobres, como Pau D’Arco, estavam demarcadas para serem derrubadas nos próximos dias. No entanto, a ação imediata da ACORJUVE conseguiu impedir que o crime ambiental fosse concretizado. “Conseguimos a tempo construir essa guarita que tem impedido a derrubada e a saída dessa madeira”, disse Gerdenor.
No PAE Juruti Velho, a saída da madeirada ilegal tem sido feita pelas estradas que dão acesso a Parintins, no Amazonas, e à comunidade de Prudente. Perguntado sobre a possibilidade de instalar uma guarita na estrada que dá acesso à comunidade de Prudente, Gerdenor informou que, por enquanto, não há necessidade, pois a fiscalização naquela área tem sido feita pelos próprios comunitários.
Outra preocupação da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho tem sido a ação de madeireiros na região da Gleba Curumucuri, pois lá também a fiscalização é precária o que facilita a ação de madeireiros ilegais. A ideia, segundo Gerdenor, é verificar junto com a Associação da Gleba Curumucuri a possibilidade de instalar naquela região uma guarita semelhante a que foi colocada na estrada que liga Juruti Velho a Parintins.
O presidente da ACORJUVE também informou que os órgãos competentes, como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Juruti,(SEMMA) a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) , o Instituto de Terras do Pará (ITERPA) e o Ministério Público Estadual(MPE), Ministério Público Federal(MPF) INCRA, IBAMA, Polícias Civil e Federal, Prefeitura de Juruti, Câmara Municipal de Juruti já foram comunicados da construção dessa guarita. A ACORJUVE aguarda agora uma manifestação por parte dessas entidades. Gerdenor espera que esses órgãos se sensibilizem com a ideia da ACORJUVE porque, segundo ele, não está sendo fácil fiscalizar a retirada ilegal de madeira e manter a presença constante dos comunitários na guarita de fiscalização dentro da floresta para coibir a prática no PAE Juruti Velho.
O mesmo comunicado foi feito à ALCOA que também tem uma guarita próxima à estrada e que, de acordo com Gerdenor, “não estava nem aí para a retirada ilegal de madeira da região”. Vale ressaltar que essa estrada foi construída pelo multinacional para garantir a passagem dos caminhões carregados de bauxita.
Nos últimos dez meses, através de ações de fiscalização, a ACORJUVE conseguiu apreender 25 toras de Pau D´Arco; 05 toras de Guaruba; 420 pranchas de madeira, sendo 100 pranchas de Pau D’Arco, 80 de muiracatiara, 40 de angelim; e 20 esteios de Itaúba.
Das toras apreendidas, 15 foram beneficiadas para a construção de casas na Vila de Juruti Velho. Uma parte ainda encontra-se na floresta a esperada de um veículo de grande porte para transportar o material.
Sobre o destino que será dado ao restante da madeira apreendida, o presidente da ACROJUVE informou ainda que parte dela será usada para a confecção de móveis que serão usados na nova sede da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho, que está em fase de construção. “Outra parte nós nos comprometemos em doar para a comunidade de Santa Rita, que fica perto de Juruti, para a construção de uma escola. Uma quantidade dessa madeira também será doada para a construção da sede da associação da comunidade Ilha do Vale”, finalizou Gerdeonor.