sexta-feira, 31 de maio de 2013

PROTESTO CONTRA A ALCOA, EM JURUTI, REÚNE MAIS DE TRÊS MIL PESSOAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

Mais de três mil pessoas participaram, na tarde da última 4ª feira, 29 de m
aio, de uma audiência pública realizada na sede Sygnus Clube, em Juruti, promovida pelo Movimento Acorda Juruti. Na oportunidade, representantes das mais de vinte entidades que integraram o movimento mostraram sua insatisfação com a empresa ALCOA, responsável pela exploração de bauxita no município.
 

Dentre as entidades que integram o Movimento Acorda Juruti estão a Associação Comercial e Empresarial de Juruti (ACERJ), Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (ACORJUVE), Movimento Juruti no Limite, Movimento Juruti em Ação, Sindicato dos Mototaxistas de Juruti, Associação das Comunidades da Gleba Curumucuri (ACOGLEC) e Associação das Comunidades do Planalto Mamuru (ACPM). Mas a a
usência da empresa ALCOA, que não enviou representantes à audiência, deixou muita gente insatisfeita. “A ausência da empresa é um desrespeito total. Isso mostra que a empresa não quer falar a verdade para o povo. Demonstra que não é verdade tudo aquilo que vem dizendo que investiu no município de Juruti”, disse Gerdeonor Pereira, presidente da ACORJUVE.

Na oportunidade, o assessor jurídico do movimento, advogado Dilton Tapajós, apresentou informações que, segundo ele, vão de encontro com as informações d
ivulgadas pela ALCOA. Dilton fez um comparativo do que a empresa prometeu em 2005, por ocasião de sua instalação em Juruti e do que foi realizado de concreto. Segundo Dilton, em 08 anos de implantação e operação a empresa falta cumprir muitos compromissos assumidos em audiência púbica promovida há 08 anos. De acordo com dados apresentados pelo advogado, nessa audiência pública a empresa prometeu gerar 5.800 empregos diretos, mas está gerando somente 2.109 de forma direta e indireta. É o que mostra, de acordo com Dilton, um panfleto distribuído pela ALCOA.

Outra informação apresentada pelo assessor jurídico do Movimento Acorda Juruti, que também chamou a atenção das pessoas que estiveram presentes no manifesto da última 4ª feira: a ALCOA prometeu integração com a comunidade, que não iria construir vilas especiais para funcionários etc. Mas está fazendo o oposto do que prometeu. A prova, de acordo com Dilton, é a construção de um residencial no bairro Bom Pastor, em que tanto a empresa contratada para executar o serviço de construção quanto o material utilizado na obra são provenientes de outras cidades, deixando de ofertar emprego para moradores de Juruti e deixando de gerar renda no comércio local, que poderia muito bem fornecer o material de construção necessário.

Mas a indignação do advogado não para por aí. Ele também quis saber das ações para aproveitamento científico da vegetação, com informações à comunidade; criação e manutenção de unidade de conservação; apoio na implantação do plano diretor de Juruti, com infraestrutura necessária, inclusão para a realocação da população remanejada, em especial aqueles moradores que vivem em áreas por onde passa a ferrovia da mina, que coloca em risco a vida de muita gente, principalmente de crianças; plano de oportunidades de investimentos e incentivos às atividades locais; cursos profissionalizantes seriam realizados no período entre a licença prévia e a licença de instalação; empregos seriam primeiramente para moradores de Juruti; cursos de capacitação para professores e construção de mais salas de aula etc. “Mas, infelizmente nem um representante da empresa veio a esta audiência pública para esclarecer esses fatos”, lamentou Dilton Tapajós.
 

O prefeito em exercício de Juruti, Jonas Moraes, participou da audiência e disse que a reivindicação da comunidade é legal, democrática. Lamentou a ausência da ALCOA, que, segundo ele, perdeu uma oportunidade de conversar com a comunidade. Com relação à Agenda Positiva, na qual a empresa prometeu realizar diversas ações em Juruti, Jonas disse que muitas obras ainda não foram executadas. “Nós estamos sentando com a empresa para avaliar a Agenda Positiva e discutir novas propostas para executar na atual administração”, destacou o prefeito em exercício.

O ex-prefeito de Juruti, Henrique Costa, também participou da audiência. Na oportunidade, ele propôs uma prestação de conta dos recursos repassados pela ALCOA durante sua administração (2005-2012), bem como mostrar em que foram utilizados esses recursos, repassados através de impostos à Prefeitura de Juruti.

O deputado estadual Zé Maria (PT), filho de Juruti, também se manifestou na audiência pública, e se mostrou favorável à implantação d
e uma empresa para o beneficiamento da bauxita em Juruti. “Uma das alternativas pra geração de emprego e renda é a industrialização dessa bauxita, em Juruti. Do contrário, nós estaremos alimentando uma possibilidade da geração de outros empregos, que não tem. Pois nós já conhecemos que apenas a forma de extração, como está sendo feita hoje, gera poucos empregos. Eu acho que a saída para essa questão da mineração em Juruti é buscar alternativas para verticalizar essa produção de minério”, disse o parlamentar.

“Vamos fechar a nossa pauta de reivindicações e entregar o
documento ao Ministério Público Federal para o mesmo seja encaminhado à ALCOA. Esperamos que a empresa dê uma resposta ao Ministério Público e, de acordo com essa resposta, o movimento vai avaliar e tomar uma decisão de como vai proceder a partir de agora. A nossa pauta de reivindicações possui 22 itens. Não e nada de absurdo. É tudo que a empresa prometeu em 2005 e que não vem sendo cumprido”, finalizou Gerdeonor Pereira.
 


A audiência durou cerca de 05 horas. E, no final, o documento, que apresenta as  reivindicações levantadas pelas 22 entidades que formam o Movimento Acorda Juruti, foi entregue à Ticiana Nogueira, representante do Ministério Público Federal – MPF, que veio de Brasília especialmente para participar da audiência pública.

 
Texto: Udirley Andrade
Fotos: Isabel Cristina/ACORJUVE

AUDIÊNCIA PUBLICA REALIZADA DIA 29 DE MAIO


Momento de assinatura do documento final da audiência publica do dia 29 de maio
na sede social Signos Clube
 
 

 
 


 
 

 
 


 
 
 
 

 
 


Gerdeonor Pereira - Presidente da ACORJUVE
 
Deputado Estadual Zé Maria

POPULAÇÃO DE JURUTI FAZ MANIFESTO REIVINDICANDO INVESTIMENTOS DA ALCOA


Mais de 3 mil pessoas participaram de uma reunião com a presença do ministério Público Federal para discutir e elaborar uma série de reivindicações à empresa que até hoje não gerou os empregos prometidos aos moradores da cidade.
 
 

Gerdeonor Pereira, representante do movimento social diz que a empresa não respeita a população, nem as autoridades municipais, quando não comparece para resolver questões referentes a situação causada pela própria companhia.
 
Durante a reunião surgiu a proposta de fechar o trabalho da mineradora no município, como forma de chamar a atenção das autoridades para a problemática que se criou depois da instalação da empresa naquele município.
 
 
O deputado estadual Zé Maria (PT) esteve na reunião e diz qual seu posicionamento a respeito dessa proposta. Ele sugeriu que a empresa faça a industrialização da bauxita na região, como forma de gerar emprego para a população.
 
O prefeito em exercício de Juruti Jonas Moraes defende o manifesto da população e se coloca a disposição da sociedade para dialogar com a empresa.
 
 
Fonte: Redação da Rádio Rural

ALCOA FAZ CHANTAGEM E AFRONTA JURUTI E O PARÁ COM AMEAÇAS

 A empresa se recusa a negociar com os moradores da cidade, boicotará a reunião e está fazendo todo tipo de pressão para que o evento não ocorra, ameaçando demitir os trabalhadores e até fechar a sua planta na região.
 
No blog da Franssinete

Na próxima quarta-feira, 29, o Movimento Acorda Juruti realiza audiência pública para debater os impactos sociais e ambientais causados pela Alcoa no município de Juruti, no Oeste do Pará. Em 2006, a mineradora assumiu o compromisso de realizar diversas obras para compensar a extração de bauxita. Após 7 anos, a comunidade denuncia o descumprimento das promessas e exige o que ficou acordado.

Os maiores impactos da lavra ocorreram nas comunidades tradicionais do entorno do Lago Grande de Juruti Velho, distante cerca de 45 Km da cidade de Juruti, com desmatamento contínuo de árvores centenárias e o uso da água do rio para lavar a bauxita, afetando as principais fontes de sobrevivência da comunidade, pesca e extrativismo vegetal, denuncia a população local, aduzindo que os problemas se arrastam desde 2002, quando a Alcoa iniciou sua instalação, desestruturando continuamente a vida social e econômica das comunidades que vivem na região há mais de 100 anos.

Na época, as irregularidades foram observadas pelo MPE-PA, que recomendou a suspensão da licença para operação da empresa, considerando que os critérios políticos não podem desprezar os estudos socioambientais do projeto, que atraiu milhares de trabalhadores de todo o País, multiplicando o custo de vida local, desestruturando os serviços públicos e criando bolsões de miséria.

Uma moção de apoio ao Movimento Acorda Juruti foi assinada por 21 entidades representativas dos munícipes, denunciando que a população vivencia hoje “os mais variados e angustiantes problemas, jamais ocorridos antes da chegada da Alcoa, como retenção dos investimentos da cidade, não contratação das empresas e mão de obra local e inchaço populacional”.

A Câmara Municipal também se manifestou solidária ao Movimento Acorda Juruti, através de Moção aprovada em plenário.

A Alcoa divulgou carta na qual avisa que não irá à audiência pública e joga a responsabilidade pela situação nas costas do Estado, do Município e da União, para os quais diz ter recolhido R$ 427 milhões em tributos, impostos e compensações, de 2006 ao primeiro trimestre de 2013, com o que considera que já fez mais do que devia em troca do lucro bilionário que retira de lá, alfinetando inclusive o governo do Estado quanto à aplicação do dinheiro – R$ 36 milhões entre 2008 e 2013 - que pagou a título de CFEM (Compensação Financeira pela exploração de recursos Minerais), os chamados royalties da mineração, e R$ 4,6 milhões entre 2012 e o primeiro trimestre deste ano, de TRFM (Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários).

E ainda ameaça “reduzir ou mesmo parar a operação de Juruti, tendo como consequência a redução da arrecadação de taxas, impostos e compensações”.

Está mesmo na hora de serem tomadas sérias e urgentes providências. MPF, MPE, Governo do Estado e Alepa precisam se posicionar perante tão grave questão, que afronta todos os paraenses.

JURUTI PEDE SOCORRO

juruti pede socorro
 
No dia 29 de maio está prevista para ocorrer uma Audiência Pública para debater os impactos sociais e ambientais da Mineradora Alcoa na cidade de Juruti, Oeste do Pará.
Em 2006, a empresa se comprometeu em realizar diversas obras na cidade para compensar a sua intensa extração de bauxita, usada para fazer alumínio.
Após 7 anos, a comunidade denuncia que as obras não foram realizadas e organizou o Movimento Acorda Juruti para exigir o que ficou acordado.
Porém, a empresa se recusa a negociar com os moradores da cidade e está fazendo todo tipo de pressão para que a nova Audiência Pública não ocorra, ameaçando demitir os trabalhadores e fechar a sua planta na região.
Os maiores impactos da intensa exploração extrativista mineral ocorreram em nas comunidades tradicionais do entorno do Lago Grande de Juruti Velho, distante cerca de 45 km da cidade de Juruti,  com desmatamento contínuo de árvores centenárias e o uso da água do rio para lavar a bauxita, afetando as principais fontes de sobrevivência da comunidade, pesca e extrativismo vegetal.
Os problemas se arrastam desde 2002, quando a Alcoa iniciou a instalação da sua estrutura empresarial, desestruturando continuamente a vida social e econômica das comunidades que vivem na região há mais de 100 anos.
Na época, as irregularidades foram observadas pelo Ministério Público Estadual que recomendou a suspensão da licença para operação da empresa, considerando os critérios políticos não podem desprezar os estudos ambientais e os critérios técnicos que garantissem a viabilidade ambiental do projeto que atraiu trabalhadores de outras regiões, aumentando o custo de vida na cidade.
Uma moção de apoio ao Movimento Acorda Juruti foi assinado por 21 entidades representativas dos munícipes, denunciando que a população vivencia hoje “os mais variados e angustiantes problemas, jamais ocorridos antes da chegada da Alcoa, como retenção dos investimentos da cidade, não contratação das empresas e mão de obra local e inchaço populacional”.
Isolados pelo poder econômico da empresa, que domina os meios de comunicação para impedir qualquer divulgação negativa que possa influenciar novos investimentos internacionais, a comunidade de Juruti vem a público pedir socorro para as entidades sociais se manifestarem em sua defesa.
Assim, solicitamos que as entidades sociais enviem notas de solidariedade ao Movimento Acorda Juruti para o e-mail acorjuve.10@gmail.com, e divulguem para a imprensa em suas cidades, estados e regiões.
Outras informações podem ser obtidas com Geodonor Pereira dos Santos, diretor da Associação das Comunidades de Juriti Velho (Acojuve), pelo telefone (093) 91763973.  O blog da entidade é: acorjuve-acorjuve.blogspot.com.
O que é bauxita                                         
Bauxita é um minério que deve conter, no mínimo 30%  de óxido de alumínio para que sua produção seja economicamente viável. São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio. O Pará é o maior produtor de bauxita do país, representando 85% da extração do minério.
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Enviada por Ruben Siqueira para Combate Racismo Ambiental.