quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dia de Puxirum em Juruti Velho


foto: Francisco Pinheiro

Fotos: Francisco Pinheiro

Crise na Ufopa: vice reitora renuncia ou ameaça renunciar

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acaba de chegar a notícia da renúncia da vice-reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Raimunda Monteiro.
A demissionária redigiu uma carta explicando os motivos. A íntegra do documento será publicada ainda hoje aqui no blog. A carta elenca "conquistas" da nova universidade desde a sua criação, mas repudia a falta de planejamento, de democracia interna e os atos de perseguição a professores, técnicos e estudantes. Contudo, o texto não deixa claro se a docente renunciou ou se está ameaçando renunciar.

Escanteio
Como o reitor Seixas Lorenço não é lotado na Ufopa e passa a maior parte do tempo fora de Santarém, Raimunda Monteiro, deveria  assumir politicamente a direção da Universidade  nas ausências do titular. Contudo, o comando da Ufopa vinha sendo exercido na prática pelo pró-reitor de ensino, Aldo Queiroz, outro professor importado para a "nova universidade".
Raimunda Monteiro é um quadro histórico no PT. Foi diretora do Instituto de Desenvolvimento Florestal (Ideflor) durante o governo Ana Júlia. É professora da Ufopa, oriunda do antigo campus da Universidade Federal Rural da Amazônia em Santarém. Foi nomeada vice-reitora junto com Seixas Lorenço, num acordo PT-PSDB.

Ato público
Amanhã, as 16h, um novo ato público ocorrerá em protesto contra as perseguições na Ufopa e contra a falta de democracia. Professores, técnicos e estudantes sairão em passeata do Campus-hotel até a reitoria, onde será protocolado um documento que exige a retirada das dezenas do processos administrativos disciplinares contra a comunidade acadêmica.
A atividade foi aprovada ontem numa assembleia da comunidade universitária, com a presença de aproximadamente 250 pessoas.
 
Fonte:http://candidoneto.blogspot.com

CARTA ABERTA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO BAIXO AMAZONAS À REITORIA DA UFOPA

A criação da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), oficializada em novembro de 2009, representou um grande avanço para nossa região. A instalação de uma Universidade com sede numa cidade do oeste paraense é uma demanda histórica da sociedade e dos movimentos sociais. Nosso povo e nossa juventude precisam de formação acadêmica para promoção do desenvolvimento econômico, social, cultural e humano da região do Baixo Amazonas.
Entretanto, os rumos que a UFOPA vem tomando são preocupantes. Administrada por Seixas Lourenço, um Reitor Pró-Tempore indicado pelo MEC, a UFOPA nunca abriu espaço verdadeiramente democrático para discussão e deliberação com os movimentos sociais. Os poucos eventos realizados, audiências e seminários, representaram uma “democracia de fachada”, em que a opinião dos movimentos não era levada em consideração. Quem batia o martelo era sempre o Reitor e sua equipe.
Por outro lado, a nova Universidade escancara suas portas às grandes empresas multinacionais que exploram os recursos naturais da nossa região. Prova disso é o convênio firmado com a ALCOA, mineradora que atua no município de Juruti, extraindo bauxita e deixando migalhas ao nosso povo. Afinal de contas, a quem serve a UFOPA? Aos pequenos ou aos grandes?
Foi dentro desse contexto que os estudantes da UFOPA, organizados pelo Diretório Central dos Estudantes e pela União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém (UES), realizaram durante a aula magna do dia 18 de março de 2011 um ato público exigindo democracia na Universidade, através da abertura de um processo de eleições diretas para a Reitoria (Diretas Já!).
Já no dia 19 de março, em resposta a essa legítima manifestação, o magnífico Reitor instaurou um processo administrativo disciplinar contra o Professor Gilson Costa e duas sindicâncias para apurar quais eram os estudantes e técnicos envolvidos no “ato irregular”. Recentemente, após a identificação dos manifestantes, foram instaurados dezenas de processos administrativos contra estudantes, visando puni-los por ousarem desafiar os donos do poder.
Os movimentos sociais do baixo amazonas repudiam essa atitude autoritária da Reitoria da UFOPA, que, ao invés de abrir canais de diálogo com os setores descontentes, prefere puni-los. Ocorre que no Brasil é livre a expressão do pensamento, conforme prevê a Constituição de 1988, em seu art. 5º, inciso III. Portanto, os processos da Reitoria contra estudantes, professores e técnicos são ilegais, ilegítimos e imorais – um verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito.
Por tudo isso:
- MANIFESTAMOS nosso integral apoio ao movimento estudantil santareno, especialmente ao DCE da UFOPA e à UES, que tiveram a coragem de desafiar os donos do poder instituído na Universidade Federal do Oeste do Pará.
- REPUDIAMOS o ato do Reitor Seixas Lourenço devido à sua truculência política e à sua tentativa de criminalizar nossa juventude.
- EXIGIMOS a imediata anulação dos processos administrativos em curso e a mais urgente democratização da nossa universidade.
Por uma Universidade pública, gratuita e verdadeiramente democrática, onde estudantes, professores, funcionários e os movimentos sociais tenham voz e vez.
Santarém, 10 de abril de 2011
Assinam:
PASTORAL SOCIAL DA PRELAZIA DE ÓBIDOS
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA REGIÃO DE JURUTI VELHO (ACORJUVE)
 CPT (NÚCLEO DE ÓBIDOS)
COLETIVO PURAQUÉ
MOVIMENTO JURUTI EM AÇÃO
MOVIMENTO EM DEFESA DA VIDA E CULTURA DO RIO ARAPIUNS (MDVCA)
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA (MST)
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA GLEBA CURUMUCURI (ACOGLEC)
CASA FAMILIAR RURAL DE ÓBIDOS
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DO RIO MAMURU (APRIM)
FEDERAÇÃO DA GLEBA LAGO GRANDE (FEAGLE)
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA REGIÃO DO PLANALTO MAMURU (ACRPM)
SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE ALENQUER (STTR)
CÁRITAS – PRELAZIA DE ÓBIDOS

Alunos da UFOPA São Punidos Por Protestos em Aula Magna

O tumulto gerado entre estudantes e a direção acabou interrompendo a Aula Magna
Acadêmicos, professores, técnicos e membros dos sindicatos que apóiam a manifestação dos estudantes da UFOPA estiveram reunidos ontem na no campus I, na Avenida Presidente Vargas, para discutir as notificações resultantes do episódio que marcou a Aula Magna. O evento foi interrompido por um grupo de acadêmicos contrários ao modelo organizacional imposto pelo Reitor da Universidade aos acadêmicos, tanto calouros como veteranos.
Segundo o professor Luiz França o ato tem uma amplitude maior que a discussão ocorrida na Aula Magna, o objetivo é discutir as condições de ensino que estão postas na universidade e o modelo de administração aplicado pela reitoria.

Entenda o Conflito:

O fato ocorreu dia 18 de Março de 2011, quando manifestantes se concentraram em frente ao hotel locado pela universidade para as aulas das turmas que ingressaram este ano na instituição. O grupo se mostrava contrario ao modelo de ensino adotado pela UFOPA.
O tumulto gerado entre estudantes e a direção acabou interrompendo a aula inaugural. Um professor foi afastado por sessenta dias, além de técnicos do corpo administrativos e mais de 60 alunos que respondem a sindicância.
Alguns estudantes acusam a direção da Universidade de ter agido com autoritarismo e que a situação não passa de jogada política. Após acompanhar a assembléia a nossa reportagem tentou contato com o Reitor, mas nem ele nem o corpo administrativo da Universidade estavam na cidade, eles estão em Juruti acompanhando a situação do campus naquele município.
Hoje a assessoria da UFOPA informou que está preparando uma nota de esclarecimento para a imprensa e sociedade.

Santarém: 15/04/11/
Fonte/notapajos.globo.com/lernoticias.asp?id=40500&noticia